Noite calma de Outono,
Uma brisa leve com o cheiro da terra e das folhas,
Uma lua imensa e todas as constelações,
Eu apenas sorria,
Seria uma noite perfeita para contemplar a vida e o amor,
Ouço passos serenos nas folhas,
Sinto perfumes misturados mas bons demais,
De repente sinto em mim um cabelo longo,
Lindo, suave e cheiroso, uns olhos cintilantes e negros,
Fico como se enfeitiçado, preso de todos os meus movimentos, Sinto aquela boca perfeita a tocar na minha,
Com um sabor indescritível de tão bom,
A minha pele parece o Evereste em arrepios,
Sinto o meu corpo em chamas mesmo em noite fria,
Aquela pele macia desnudada tocando em mim,
Aquelas mãos que parecem desenhadas percorrendo o meu corpo, O meu fogo aquece, todo eu sou lava de vulcão,
A minha respiração parece uma locomotiva a vapor,
Ai tanto fogo, ai tanto Amor,
Ela sorri e dança para mim,
Não entendo,
Quero-a segurar nas minhas mãos,
Quero-a sentir em cada milímetro,
Quero-a amar sem fulgor,
Mas meu corpo está preso, enfeitiçado,
Está em chamas de tanta paixão,
Ela me possui, eu quase grito,
Mas nem voz eu tenho,
Pele com pele, boca com boca, corpo com corpo
E eu só consigo ver meus olhos nos dela,
Cintilantes que nem as estrelas,
Nascera uma nova constelação.
De repente, o silêncio acaba,
Mas ainda nem apareceu o sol digo eu,
A música cada vez mais se ouvia,
E mais ela se afastava,
Sempre a sorrir, sempre tão Bela...
O barulho ficou entediante,
Não eram carros nem pessoas, mas não parava,
De repente rebolo nas folhas
E acordo com o maldito despertador.
Era um sonho,
Parecia tão real e tão perfeito,
Ela é perfeita, existe nos meus sonhos e na rua,
Eu, jamais farei parte dos seus sonhos e da sua rua,
A mim resta-me apenas..... Sonhar!
Original de: Firmino César Gonçalves
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