sábado, 23 de março de 2013

“O MENINO E A CALÇADA”!



Era uma rua cinzenta,
Tão deserta e gelada,
Vinha um Menino guerreiro,
Vestia camisa e calça curta,
Nos pés umas sandálias já esfarrapadas.
De passo tão acelerado,
Parecia de espírito irrequieto,
Na calçada velha escorregou,
Na perna ficou um corte aberto.
Era tanta a sua inquietude,
Continuou em passo largo,
Se não foi a calçada que o magoou,
O que o deixou tão agoniado?
Sua Mãe tão preocupada,
Abraçou-o com todo o carinho,
Não chores meu rico Menino,
É só mais um corte da vida,
Amanhã estará curado,
E seguirás o teu caminho.
Minha querida Mãe Amada,
Não é a perna que está a doer,
É a minha Alma dilacerada,
É o meu Coração que Sangrou,
Uma oportunidade que foi negada,
Foi uma doce donzela.
Verdade, nada me prometeu,
Mas sempre brincamos a janela,
O Sol estava sempre presente,
Sorriamos por tudo e por nada.
Eu já sonhava ser gente,
Fazer dela a minha Amada,
Era um sonho só meu,
O dela tem outra direcção,
Hoje negou-me um beijinho,
Despedaçou o meu coração.
Mãe,
É tão bom ser e ter amigos,
E Amigo eu Amo Ser,
Mas hoje sou Menino Sofrido,
Pois para continuar Amigo,
O meu Amor,
Tenho que esquecer!



Original de: Firmino César Gonçalves

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